Por Daniel Gonçalves, Diretor Executivo RDG Soluções Ambientais.

Uma realidade em outros países em que a pandemia está em um estágio mais avançado vem agora se desenhando por aqui também como mais uma triste face do momento – o abandono de animais. 

Os animais de estimação, ou pets, somam cerca de 139 milhões no Brasil, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, de 2018. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que só no Brasil existam mais de 30 milhões de animais abandonados, sendo cerca de 10 milhões de gatos e 20 milhões de cães. Nas grandes cidades, a cada 5 habitantes há um cachorro, dos quais 10% estão abandonados.

A probabilidade de abandonar o animal após a adoção, mesmo na pandemia, depende muito do cuidado ao avaliar as pessoas que chegam com intenção de adotar. “É importante gastar tempo fazendo uma boa entrevista e avaliando bem os prós e os contras em cada caso; adoção precisa ser algo muito bem avaliado por quem faz a entrevista com o possível tutor”, afirma Eliana Ferraz Santos, bióloga que trabalha com resgate e adoção de gatos abandonados no Departamento de Proteção e Bem-Estar Animal (DPBEA) da prefeitura de Campinas (SP).

Eliana salienta que é preciso avaliar se aqueles que pretendem adotar terão disposição para dar a atenção necessária aos animais depois de um dia de trabalho ou estudos. É necessário fornecer um ambiente adequado para que os animais não sofram com a separação em casos de ausências do dia a dia. 

As mais diferentes ONGs espalhadas pelo Brasil mostram um retrato que se intensificou o abandono animal e maus-tratos durante a pandemia do novo coronavírus, com as justificativas mais variadas. Desemprego e mudanças foram as mais usadas para tentar se defender. Causas como término de casamentos e até medo de contrair o novo coronavírus dos bichos são justificativas das pessoas.

A Lei Federal de Crimes Ambientais nº 9.605 (1998) e a Constituição Federal Brasileira (1988), diz que o abandono de animais é considerado mau trato e é crime, o órgão público competente do município, no setor de vigilância sanitária, zoonoses ou meio ambiente é o canal para que a população possa fazer as denúncias de abandono ou outros tipos de maus-tratos. No estado de São Paulo, também podem ser feitas pelo site da Delegacia Eletrônica de Proteção Animal (DEPA), um serviço da Secretaria de Segurança Pública criado para enviar denúncias de crimes ocorridos no estado.

About Author

Posts Similares