Por Luiz Fernando de Araújo Bueno, Administrador de Empresas, Professor da FGV, Diretor Titular do Departamento de Sustentabilidade do CIESP – Diretoria Regional de Campinas, Diretor Adjunto do Núcleo de Responsabilidade Social do CIESP Estadual – NRS, membro do Comitê de Responsabilidade Social da Federação das Indústrias do Estado de SP = CORES, articulista, consultor e palestrante.

Após 05/02/2007, Com a divulgação do relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), elaborado por 600 cientistas de 113 países, o tema Sustentabilidade e Responsabilidade Social  tem sido muito comentado, mas pouco conhecido.

Estabelecido em 1998 pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) e pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), o IPCC avalia de forma direta a informação científica, técnica e socioeconômica relevante para entender os riscos da mudança climática, causada por ações humanas, seus potenciais impactos e opções para a adaptação e mitigação.

A divulgação do relatório desse painel  agora em 30/03/2014, também não é nada animador!

Ao observar os último  anos de convivência com o tema “Sustentabilidade e Responsabilidade Social ” confesso: Ainda teremos que trabalhar muito para a sua disseminação tanto a nível empresarial como individual, uma vez que Sustentabilidade e responsabilidade social começa em casa. com a mudança de nossas atitudes. Como consumidores, devemos ter em mente que não existe um ato de consumo sem impacto.

De uma maneira bem simples, podemos dizer que ser socialmente responsável significa nos preocupemos efetivamente com os impactos, que as atividades econômicas trarão ao nosso entorno.

Esses impactos podem ser positivos e negativos e estarem relacionados a questões sociais, econômicas, ambientais e culturais. Já o entorno significa os públicos, “stakeholders”, atores com os quais nos relacionamos:

Fornecedores de

– Capital: acionistas, investidores e financiadores;

– Direcionamento: conselheiros, gestores, organizações parceiras, instituições (leis, normas, certificações, códigos, políticas públicas, boas práticas de mercado e de relações com a comunidade);

– Trabalho qualificado e não-qualificado: trabalhadores;

– Bens e serviços;

– Insumos e subprodutos.

Clientes e consumidores influenciadores

– Indivíduos, grupos organizados, comunidades do entorno, ativistas e grupos hostis;

– Organizações representativas, políticas, filantrópicas e comunitárias;

– Movimentos sociais, ambientalistas, políticos e culturais;

– Ministério Público e Órgãos de Governo e Instituições do Mercado e Concorrência.

Basicamente esse é o conceito de Responsabilidade Social Empresarial. Entretanto, muita confusão tem sido feita com o assistencialismo e a filantropia.

Não é possível exercer Sustentabilidade e Responsabilidade Social Empresarial isoladamente. Precisamos trabalhar, via engajamento e convencimento, com esses diversos públicos, para que possamos obter a legitimidade desse processo, respeitando as identidades, os princípios e os valores desses diversos atores.

A gestão “com” e não “de” esses públicos é fundamental para o sucesso nesse processo. Ao trabalharmos com a mitigação dos impactos sociais, econômicos, ambientais e culturais de nossas atividades – via engajamento e convencimento dos diversos públicos com os quais nos relacionamos, (“stakeholders”), objetivando a participação no desenvolvimento no nosso País, chegaremos ao conceito de Sustentabilidade e Responsabilidade Social Empresarial.

Alguns benefícios que poderão ser contabilizados com essa mudança de atitude são valorização da marca, fortalecimento da reputação, melhoria do gerenciamento de risco, melhoria das condições de competitividade e maior valor agregado para a sociedade. Essa ação se viabiliza via condutas de indivíduos, grupos, organizações e redes.

Para aprofundamento desse tema sugiro o contato com algumas organizações com iniciativas relevantes no campo da Sustentabilidade e Responsabilidade Empresarial.

World Business Council for Sustainable Development (http://www.wbcsd.org).

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