Material foi apresentado durante Festival de Cinema Indígena online.

A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) acaba de disponibilizar 92 produções audiovisuais que abordam a diversidade linguística e cultural dos índios da América Latina e Caribe. O material foi oferecido no Festival de Cinema Indígena Online com o objetivo de preservar a diversidade desta cultura, cada vez mais ameaçada.

A iniciativa foi promovida em junho, por ocasião da Semana da América Latina e Caribe, realizada na sede da UNESCO, em Paris. O festival é parte das ações da agência da Organização das Nações Unidas (ONU) para comemorar o Ano Internacional das Línguas Indígenas (2019).

As produções audiovisuais abordam a diversidade linguística e cultural das populações originárias. Com foco em obras feitas na América Latina e Caribe, a mostra conta com documentários brasileiros sobre os povos Kalapalo e Kawaiwete.

Os filmes foram feitos por diretores de diversos países, entre eles Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Chile, El Salvador, México e Peru. Os principais assuntos abordados foram meio ambiente, educação, consumo sustentável, preservação do patrimônio cultural e natural, e o papel das mulheres indígenas.

Somente no Brasil, atualmente existem mais de 150 línguas e dialetos indígenas. A triste notícia é que as línguas nativas de tribos indígenas estão entre as mais ameaçadas de extinção no mundo, dado que nos relembra a importância de manter este legado. Diversas destas línguas estão presentes no acervo, disponível no Youtube com legendas em inglês e espanhol.

O organismo das Nações Unidas lembra que os idiomas dos povos indígenas carregam competências e conhecimentos inestimáveis, permitindo que os falantes dessas línguas participem do desenvolvimento construtivo, dinâmico e criativo da sociedade.

A UNESCO acredita que as línguas indígenas têm o potencial de beneficiar não apenas as populações locais, mas também a humanidade inteira.

A seleção contempla uma variedade de idiomas indígenas, falados por entrevistados de documentários e personagens de ficção. Entre as línguas gravadas, estão o Damana (Povo Wiwa), Kamëntsá, Awápit, Namtrik (Povo Misak), Nasa yuwe, Mojeño Ignaciano, Chacobo, Chiquitano, Kalapalo, Matlatzinca, Tojolabal, Tojono, Otomí, Waorani, Movima, Machineri, Cavineño, Huasteco, Yaqui, Tseltal, Huichol, Qhas Qut Suñi Urus, Uru Chipaya, Moré, Tsimane, Ch’ol, Mayo, Purépecha, Seri, Cucapá, Weenhayek, Náhuatl, Nasa yuwe, Guaraní, Mosenten Beni, Kayabi/Kawaiwete, Millcayac, Matapi, Tinigua, Tehuelche, Guaná, Chaná, Uru uchumataqu, Tapiete, Awajún, Quechua, Amahuaca, Taushiro, Sapanish.

Com o festival, a UNESCO visa reiterar que as línguas indígenas e os seus sistemas de pensamento representam uma fonte valiosa de conhecimentos para o desenvolvimento sustentável, a consolidação da paz e os processos de reconciliação nas sociedades. Esses idiomas, na visão da agência da ONU, trazem informações importantes para os contextos ambientais, educativos, econômicos, sociais e políticos.

Esses saberes também podem ser fonte de soluções originais para problemas contemporâneos como as mudanças climáticas, uma vez que os povos indígenas desempenham um papel central na preservação da natureza.

O festival é parte das ações da agência da Organização das Nações Unidas (ONU) para comemorar o Ano Internacional das Línguas Indígenas (2019).

Foto de: Katiabraga/pixabay.com

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