Assegurado pela Constituição Federal de 1988 e pela Lei nº. 11.445/2007, o Saneamento Básico engloba a infraestrutura e instalações operacionais de abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana, drenagem urbana, manejos de resíduos sólidos e de águas pluviais.

Por Renata M. Sardinha

Dono de uma das maiores biodiversidades do mundo, o Brasil possui a maior reserva de água doce do mundo, sendo sua responsabilidade o manejo e tratamento desta, e o cuidado com qualidade das águas. Segundo a ONG SOS Mata Atlântica, a água é ruim ou péssima em 40% dos 96 rios, córregos e lagos, de 7 estados brasileiros, a situação é realmente preocupante, principalmente nas áreas urbanas; em 46% dos rios água é regular e apenas 11% foram classificados como bons.

Percebemos a consequência disso quando, por exemplo, já não podemos fazer aquilo que uma ou duas gerações atrás faziam, nadar nos rios, pescar á beira das represas… Hoje, a maioria delas está imprópria, totalmente poluída.

O crescimento desenfreado das populações urbanas e a falta de estrutura e fiscalização por parte dos municípios nos levaram ao 112º lugar no mundo em Saneamento, e segundo o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento apenas 37,5% do esgoto gerado no Brasil é tratado. Vencer os aclives e declives dos morros das favelas é um desafio geográfico para o nosso Brasil.

As comunidades carentes sofrem com a escassez de água. Como manter uma rotina de higiene, com falta de água? Não há como existir população saudável, sem saneamento básico.

Diferente da China e Europa, não temos ideia de como será quando o Coronavírus chegar ás favelas, sem saneamento, os 30 milhões de brasileiros que vivem glomerados em vielas e becos estreitos, com famílias em torno de 10 a 15 moradores em pequenos cômodos, de pouca ventilação, sem álcool gel, sem ao menos conseguirem cumprir com a mais simples recomendação sanitária de lavar as mãos com frequência, reconhecido pela Organização Mundial da Saúde OMS, como sendo um dos atos mais efetivos para a prevenção de doenças, em especial o Coronavírus. Atendendo as recomendações de isolamento, sem poder trabalhar, alguns já passam fome em casa, a fome também mata, só que essa preocupa apenas aquele que a barriga dói, não é contagiosa, mas é seletiva. A fome e a desnutrição matam todos os anos mais de 5 milhões de crianças, a cada 5 segundos uma criança morre de fome (BBC Brasil- ONU). Neste momento mais que nunca, precisamos ser solidários, e desempenhar um papel social mais ativo, todos nós, pessoas físicas e jurídicas, governo e governados, precisamos nos unir, e deixar as brigas político-partidárias para outro momento.

É notório que necessitamos da água no combate a diversas doenças, como a Dengue, Chikungunya e ZikaVírus, além da febre amarela e leptospirose. Esquecidas, porém presentes, apenas neste ano 2020 foi registrado 300 mil casos de dengue e 77 mortes (aumento de 45%).

De 2000 a 2013, diarreias, febres entéricas e hepatite A, doenças de transmissão feco-oral, foram responsáveis por 87% das internações causadas pelo saneamento ambiental inadequado, ou pela ausência dele. (IBGE, 2015)

Um bilhão e 200 milhões de pessoas (35% da população mundial) não tem acesso a água tratada.  A água é, cada vez mais, um desafio grande, pois com o crescimento da população e o desenvolvimento industrial e agrário, necessitamos aumentar a quantidade de água captada com a maior velocidade possível. Se os governos não adotarem medidas urgentes para estabilizar a população e elevar a produção hídrica, a escassez de água em pouco tempo se transformará em falta de alimentos.

A cada 21 segundos uma criança morre por falta de água potável. Diarreia é uma das principais causas de morte para crianças de até 5 anos (cerca de 4100 todos os dias), segundo o site Water is Life. Para entender a gravidade: mais crianças morrem por falta de água tratada do que por violência no mundo, mata mais que guerra (ONU).

Para que a água chegue às torneiras é necessário um longo caminho, muito investimento e infraestrutura. Basicamente, é feita a captação (que pode ser de reservas superficiais como rios, ou poços subterrâneos), depois a adução (transporte de águas do manancial até a ETA – Estação de Tratamento de Água); na estação a água passa por várias etapas físicas e químicas, para que atenda aos padrões de qualidade, então vem a desinfecção, armazenamento em reservatórios e aí sim seguem para distribuição a toda a população.

A lei do saneamento prevê a universalização até 2033, além disso, o Brasil faz parte da agenda estabelecida pela ONU em 2015, que estabelece entre outros 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, distribuição de água de melhor qualidade e de forma igualitária, acesso a banheiros e garantia de saneamento para todos até o ano de 2030. Porém, vemos que a evolução é pequena e os investimentos no setor andam a passos de tartaruga, além disso, a burocracia e a corrupção das empresas públicas de abastecimento geram uma crise e paralisam décadas de desenvolvimento tecnológico do setor.

A natureza tem seu limite, e pede socorro, precisamos abandonar nosso comportamento humano destrutivo, e ser colaborador. A mudança é necessária para a nossa sobrevivência e para a qualidade de vida das futuras gerações, é tempo de nos preocuparmos com o reuso da água, com o destino dos nossos esgotos, iniciando na educação ambiental, a conscientização, e com a cobrança de grande parte da população, as autoridades políticas precisarão dar respostas, prestar contas, e atender as expectativas do eleitorado.

O reuso é a chave. O reuso vai devolver à natureza o esgoto tratado, a água que pegamos emprestada, e na maior parte devolvemos podre, contaminada. Além da conscientização das pessoas, precisamos ter maior fiscalização por parte dos órgãos competentes, para que as empresas poluidoras sejam severamente punidas e adotem medidas sustentáveis de conservação ambiental.

Toda essa mudança de comportamento e atitude contribuirá positivamente para a manutenção da saúde e melhoria na qualidade de vida das pessoas.

É possível o crescimento econômico de forma sustentável, preservando nossos recursos naturais para que as gerações futuras também possam usufruí-las.

O corpo humano é composto de água, entre 70 e 75%, logo, somos água! Cuide de você, cuide dela, e para aqueles que possuem esse bem precioso: lavem as mãos, mas não se esqueçam de usar com consciência, sabendo usar não vai faltar, evite desperdícios.

Diretora comercial da Empresa Sanecomfibra

Atua há mais de 15 anos fornecendo soluções para o setor do saneamento

Contato: (11) 4820-2720 / (11) 9 412109-64 / www.sanecomfibra.com.br


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