Por Fred Wilson, Depto. Técnico, GAS-ECO Reengenharia Ambiental

Tema constante nas reuniões de gestão das empresas – redução de consumo de energia elétrica – é muito mais do que apenas minimizar os custos operacionais!

Necessária do ponto de vista econômico, porém essencial do ponto de vista ambiental, a utilização consciente do consumo de energia elétrica nas empresas faz todo o sentido para o desenvolvimento sócio-econômico-ambiental.

Cada vez mais, são propostas soluções para reduzir o custo final da energia elétrica, porém nem sempre essas soluções apresentadas conseguem viabilizar ROI (returno x investimento) a médio prazo, levando, assim, longo prazo para conseguir ter resultados reais.

Abaixo temos um gráfico que demostra desempenho requerido x vida útil…

Observamos que todas as ações são de grandes investimentos e antes de haver o retorno real, já se perdeu o rendimento requerido…

Chamamos isso de eficiência energética “de fora para dentro”, grande investimento e retorno a longo prazo. Isso acontece na maioria dos casos, porque buscam “apenas” a “eficiência energética”, desconsiderando etapas importantes.

Cada dia mais chegam no mercado soluções de eficiência técnica/operacional que consequentemente trazem eficiência energética? Sim, a eficiência energética é uma consequência de junções de eficiência técnica/operacional.

Essas soluções chamamos “dentro para fora”, pois consistem em ter uma visão técnica panorâmica da operação/manutenção, avaliação do todo, medições rastreáveis, análise dos indicadores etc… tudo isso compondo estudo de onde deve “atacar” para reduzir o consumo de energia elétrica.

Para melhor entendimento, reconhecemos o princípio de Pareto (regra 80/20), onde deve-se focar nos 20% de ações que entregam 80% dos resultados… então, estamos falando de pouco investimento e resultados imediatos??? Sim, ao invés de buscar fora uma solução eficiente, buscar internamente um “modus operandi” eficiente.

Seguindo nessa linha de raciocínio, recomendamos sempre um olhar mais agudo para o sistema de climatização (ar condicionado) e o sistema de refrigeração (câmaras frias), pois, no verão chegam a representar 70% da conta final de energia elétrica e diversas vezes a única solução apresentada pelo mercado é a substituição total dos equipamentos, causando alto investimento e uma alta quantidade resíduo (equipamentos antigos = impacto ambiental).

98% dos equipamentos de refrigeração e ou climatização disponíveis obtém o “frio” atrás de fluídos refrigerantes (gases) que, ora agridem a camada de ozônio ODP, ora contribuem para o aquecimento global GWP.

Nossa recomendação (baseado em centenas de cases) para conseguir reduzir o consumo desses grandes ofensores da conta de energia elétrica é aperfeiçoar operação / manutenção, extraindo a máxima de eficiência com o mínimo consumo, pois sim a economia está no próprio equipamento atual.

Falando desses dos pontos em especifico operação e manutenção, observamos que em média obtêm 24,7% de redução do consumo de energia elétrica nesses equipamentos com ações assertivas, conforme descrito abaixo:

  • Operação – implantar sistema de automação via plataforma IoT para que operação seja autônoma e possa ter indicadores online compilados para acesso instantâneo de eventuais desviados e consequentemente atual imediata.
  • Manutenção – implantar metodologia de manutenção preditiva (pouca utilizada no país) com melhorias constantes e retrofit do sistema elétrico/mecânico… item consolidado nessa questão, é a substituição de fluidos refrigerantes (gases), pois os novos fluidos não agridem a camada de ozônio ODP e tem baixa taxa de aquecimento global GWP e podendo reduzir em até 32% o consumo de energia elétrica. Também substituição de controladores de temperatura por digital se mostra uma opção viável e eficaz juntamente com a implantação de inversores.

Essa somatória de ações tem payback inferior a 6 meses, pois o custo inicial é relativamente baixo e acessível, também importante mencionar que está consolidada essas ações no mercado nacional.

Então, a adoção de medidas dessa natureza, além de trazer benefícios diretos para o usuário (e.g. redução de custos, melhoria da competitividade, aumento de produtividade), garante benefícios indiretos, tais como melhoria da qualidade de produtos e serviços, redução de custos em manutenção, aumento da vida útil dos sistemas, otimização de processos, comunicação entre equipamentos, maior precisão nos dados, controles online e igualmente beneficia a sociedade, pois contribui para o desenvolvimento sustentável (utilização de menos recursos naturais e redução emissão de gases do efeito estufa).

MINIMIZAR OS CUSTOS de operação, entendemos que seja expressão será utilizada por 10 entre 10 empresas pós pandemia. Enxugar, cortar, reduzir os custos são palavras que ouviremos constantemente, a solução de eficiência proposta acima “dentro para fora” faz exatamente isso, mudando o sistema de climatização ou refrigeração do centro de custo de despesas para o centro de custo de investimento.

Investimento é direto e seguro, pois atua dentro do próprio patrimônio e com o lucro obtido reinveste na própria estrutura retro alimentando o ciclo, seria algo como economia circular.

Do ponto de vista ambiental, todas as ações são bem vindas! Para cada KW/h economizado temos um percentual de redução de emissão CO² equivalente, a fim de que quanto menor for o consumo de energia, maior será a contribuição para o Meio Ambiente.

Então concluímos que a eficiência energética ou redução de consumo de energia, deve ser analisada do ponto de vista técnica x ambiental x financeira.


ACESSE A 4ª Edição da Revista FBGA GRATUITAMENTE:

Link de ACESSO:https://share.hsforms.com/1bk_MdTxVRIyDhEiuJr18rw3r3ua

Posts Similares