As gigantes State Grid e BYD realizam investimentos, promovem parcerias locais e criam novas oportunidades no país.

POR: EMBAIXADA DA CHINA

Os vastos recursos naturais dão ao Brasil grande potencial para investimentos em energia e, nos últimos anos, atraíram algumas das maiores empresas chinesas do setor elétrico, que fazem questão de atuar em parceria com profissionais e indústrias locais.

SGBH

No Brasil desde 2010, a State Grid Brazil Holding (SGBH) destaca-se na área de transmissão de energia, com investimentos que somam R$ 26 bilhões. Está presente em 14 estados, com 23 concessionárias (sendo que 18 são 100% SGBH, e as outras cinco com 51% de participação) e linhas de transmissão que chegam a 15.761 quilômetros.

Em agosto deste ano, três meses antes do previsto, a SGBH inaugurou a mais extensa linha de transmissão do mundo em potência de 800 quilovolts (kV), que vai do município de Anapu, no Pará, a Paracambi, na Baixada Fluminense. Com 2.539 quilômetros de extensão, é a segunda linha a transmitir energia da usina de Belo Monte. A primeira, que liga Xingu e Estreito (do Pará ao sul de Minas Gerais), com 2.076 quilômetros, foi construída pela State Grid em parceria com a Eletrobras, através das subsidiárias Furnas e Eletronorte, e inaugurada em dezembro de 2017.

A fim de garantir mais estabilidade ao sistema, as duas linhas usaram tecnologia inédita no Brasil.

Ao comentar a construção do linhão Xingu-Terminal Rio, Cai Hongxian, chairman da SGBH, diz que foi o projeto de maior desafio para a State Grid. A linha de transmissão atravessa 81 municípios em cinco estados, com diversidade de biomas, topografias, demandas das comunidades e questões fundiárias: “Vim com um pensamento chinês para os negócios e riscos e aqui aprendi muito. Na China, os imprevistos são menores. A equipe local contratada ajudou muito no sucesso da obra. Contamos com uma equipe local experiente, com conhecimento da questão regulatória e de situações complexas”.

A companhia chinesa venceu o leilão do segundo bipolo da usina de Belo Monte e assim teve a incumbência de construir o linhão entre o Xingu e o Rio de Janeiro e de ser responsável pelo processo de transmissão elétrica nessa rede.

BYD

A combinação de energia limpa e sustentabilidade é a aposta de outra grande empresa chinesa, a BYD, maior fabricante de baterias recarregáveis e de veículos elétricos do mundo. A companhia iniciou suas atividades no Brasil em 2015 e, nesses quatro anos, investiu R$ 400 milhões. Tem duas fábricas em Campinas (SP), uma de chassis de ônibus elétricos, outra de painéis solares, e, até o fim do ano, vai inaugurar uma fábrica de bateria de lítio em Manaus (AM).

Embora a chinesa tenha chegado ao Brasil em um ano de grandes dificuldades econômicas, acreditou no potencial do país e optou por parcerias com empresas e universidades brasileiras. “O Brasil é um dos maiores consumidores de ônibus e caminhão do mundo. Por mais que o país estivesse passando por uma crise, a gente acreditava muito no longo prazo. Ficamos impressionados com os protestos de junho de 2013.

Se tem uma pressão para melhorar a qualidade do transporte público e não pode aumentar o subsídio, o ônibus elétrico vira uma possibilidade”, afirma Adalberto Maluf, diretor de Marketing, Sustentabilidade e Novos Negócios da BYD Brasil, que tem atualmente 500 empregados.

A BYD tem entre seus clientes prefeituras de várias cidades que passaram a utilizar ônibus e caminhões elétricos, interessadas na redução de poluentes. Já na fábrica de painéis solares, a companhia chinesa alcançou marca de um GWp (gigawatt — pico), o que significa um terço da capa- cidade de energia solar foto- voltaica do país.

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