Por Diogens Marco de Brito da Cruz, Gabriel Dias Damasceno Viana e Luna Lisboa de Almeida
A energia solar tem um papel fundamental na vida da sociedade. Desde sua existência, a raça humana tem se beneficiado da utilização dessa fonte de energia sustentável e ilimitada (CABRAL;VIEIRA, 2012). É estimado que a terra receba anualmente uma irradiação solar igual a 1,5 x 1018 kWh de energia, ou seja, isso corresponde a 10.000 vezes o consumo mundial de energia elétrica neste período (CRESESB, 2008). Tal fato, representa o enorme potencial de utilização inesgotável dessa fonte de energia para os sistemas solares e outras formas de conversão (MEDEIROS, 2018).
O sol, além de ser uma fonte de vida, é considerado atualmente a resposta para a sobrevivência da espécie humana no futuro. Segundo estimativas, é calculado que essa estrela do sistema solar ainda nos privilegiará por mais de 6 bilhões de anos (MEDEIROS, 2018). Nesse contexto, é necessário entender que dentre a fontes de energia renováveis e não renováveis, a solar é a que mais representa um enorme potencial de crescimento, sua superioridade frente a outras fontes de energia é altamente elevada de acordo com os dados do setor.
Conforme informações do CRESESB – Centro de Referência para Energia Solar e Eólica Sérgio de Salvo Brito (2020), o Brasil apresenta um diferencial energético solar frente as outras nações, em especial por possuir uma irradiação solar de (1500-3500 kWh/m2), sendo valores superiores aos da maioria dos países da União Europeia, como Alemanha (900-1250 kWh/m2), França (900-1650kWh/m2) e Espanha (1200-1850 kWh/m2). De acordo com a ABSOLAR – Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (2020), os investimentos privados em energia solar nas moradias do Brasil já ultrapassaram R$ 4,2 bilhões, representando mais de 210.000 conexões fotovoltaicas distribuídas nos municípios do Brasil.
É estimado que o Brasil alcance 11 GW instalados em 2029 de energia solar, abrangendo a micro e minigeração distribuída (ABSOLAR 2020). Para se ter uma ideia, isso representa em números, aproximadamente 1,3 milhão de clientes em todos os estados brasileiros. Conforme observado, é fato que a energia solar chegará as residências de mais pessoas conforme essa fonte solar avança na matriz energética. Conforme a ABSOLAR (2020), atualmente, há no país 70 linhas de financiamento para quem deseja instalar energia solar em sua residência, isso viabiliza a instalação dessa fonte sustentável no atual cenário brasileiro. Além disso, existem programas nas concessionárias para facilitar o acesso a esses sistemas, em exemplo, a Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia tem um programa que disponibiliza até 50% do custo da instalação do sistema, conforme edital e requisitos específicos do programa. Tal ação, evidencia que há um incentivo da concessionária para instalação dos sistemas fotovoltaicos. Nesse sentido, é interessante ressaltar que as parcelas ficam no mesmo valor da conta de energia, o que proporciona uma maior possibilidade de financiamento dos projetos, pois estes terão um custo mais acessível.
Segundo a EPE – Empresa de Pesquisa Energética, em 2029 o Brasil terá 80% de sua capacidade instalada no país resultante de fontes renováveis (ABSOLAR 2020). Sendo destacado que energias solares e eólicas terão um aumento significativo na participação energética do país. Nesse sentido, o atual cenário econômico causado pelo COVID-19 tem evidenciado a importância de um sistema de geração fotovoltaica nas residências (ABSOLAR 2020). Um sistema de geração solar pode reduzir em até 95% do custo da conta de energia elétrica nos estabelecimentos residenciais e comerciais, isso reflete significativamente no bolso dos consumidores, a partir do momento que ele produz sua própria energia e passa a utilizar o sistema de compensação das concessionárias de energia elétrica. Além disso, os projetos fotovoltaicos possuem um tempo médio de retorno em quatro anos para o consumidor, isso é considerado pouco em comparação a outras fontes de energia, sendo que os módulos solares possuem um tempo de vida útil estimado em pelo menos 25 anos (IPEA, 2018).
Para os consumidores, isso representa uma redução em seus custos fixos de extrema importância, uma vez que o COVID-19 está provocando impactos financeiros em todos os brasileiros. Assim, a conta de energia deixa de ser uma preocupação na vida dessas pessoas, pois estas estão gerando sua própria energia em seus lares e consequentemente contribuindo com o desenvolvimento sustentável, uma vez que essa fonte renovável é caracterizada como limpa e sustentável. De acordo com um estudo publicado pelo periódico científico Nature Communications sugere que em 2050 as fontes renováveis, incluindo a energia solar poderá reduzir em 80% as emissões de carbonos lançados na atmosfera.
Diante desse contexto, é necessário intensificar a difusão de informações sobre a geração de energia proveniente de sistemas solares, de modo a aumentar a participação dessa fonte na matriz energética brasileira, e contribuindo assim, para redução de emissões que agravem o aquecimento global e mitigação dos impactos ambientais derivados de outras fontes não renováveis. Além disso, tal difusão trará novos clientes para o mercado, pois os impactos econômicos causados pelo COVID-19 ressaltaram a importância de se ter um sistema solar instalado nas residências, de modo a reduzir as altas contas de energia elétrica que os consumidores pagam as concessionárias de energia.
REFERÊNCIAS
ABSOLAR – Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica. Residências com energia solar têm alívio na conta de luz em meio à crise. 2020.
ABSOLAR – Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica. Um novo patamar para a GD Solar. 2020.
CABRAL, I; VIEIRA, R. Viabilidade econômica x viabilidade ambiental do uso de energia fotovoltaica no caso brasileiro: uma abordagem no período recente. In: II Congresso Brasileiro de Gestão Ambiental. 2012.
CRESESB – Centro de Referência para Energia Solar e Eólica Sérgio de Salvo Brito. Tutorial de Energia Solar Fotovoltaica. 2008.
CRESESB – Centro de Referência para Energia Solar e Eólica Sérgio de Salvo Brito. Energia Solar Fotovoltaica. 2020.
IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica. Viabilidade econômica de sistemas fotovoltaicos no brasil e possíveis efeitos no setor elétrico. 2018.
MEDEIROS, R. M. de. Insolação decadal para o município Recife – PE, Brasil. Rev. Geogr. Acadêmica. v.12, n.2. 2018.
ACESSE A 4ª Edição da Revista FBGA GRATUITAMENTE:
Link de ACESSO:https://share.hsforms.com/1bk_MdTxVRIyDhEiuJr18rw3r3ua