Por: Rodolfo Ramos, Chief Executive Officer Anubz.
Quando falamos de fontes de energia renováveis – ou energia limpa, ou energia alternativa – nos referimos àquelas que possuem um ciclo de renovação inesgotável e que naturalmente geram zero impacto ao meio ambiente como a energia solar, eólica, biomassa, geotérmica e a maremotriz. De todas as fontes a mais difundida é a energia solar que, basicamente, é a transformação da luz solar em energia elétrica através de células fotovoltaicas. Sabe-se que um objeto com maior temperatura que o ambiente ao seu redor irradia calor na forma de luz infravermelha. Uma célula fotovoltaica normal em um painel exposto ao Sol, naturalmente atinge menor temperatura que o Sol e, portanto, absorve a luz solar transformando-a em energia.
Pesquisadores da Universidade da Califórnia de Davis estão desenvolvendo um painel para geração de energia à noite, usando o mesmo processo físico dos painéis solares, porém, na direção oposta. Eles utilizam o conceito fotovoltaico alternativo – em que a Terra passa a ser a fonte de maior temperatura irradiando calor para o céu noturno, mais frio, que age como dissipador do calor – utilizando uma célula termorradiativa, na qual, a medida em que o calor flui da Terra para o Espaço, ele é captado e convertido em energia.
O professor do Departamento de Engenharia Elétrica e de Computação, Jeremy Munday, um dos responsáveis pela pesquisa, explica: “Nesses novos dispositivos, você precisa usar materiais diferentes, mas a física é a mesma”. O artigo com a pesquisa completa foi publicado na revista americana ACS Photonics, com o título “Nighttime Photovoltaic Cells: Electrical Power Generation by Optically”.
Mesmo que sendo desenvolvido em caráter de pesquisa, utilizando materiais convencionais, esse painel atingiu a capacidade de gerar 50 watts de energia por metro quadrado – isso é cerca de um quarto do que um painel solar convencional pode gerar. De maneira indiscutível, tem potencial de equilibrar a rede elétrica ao longo do dia e da noite, gerando energia limpa 24h por dia.
Adotando os mesmos princípios físicos já difundidos na captação de energia solar e aplicando-se a Lei Hermética da Correspondência, é possível dobrar o potencial de produção de eletricidade do planeta, através da energia solar, ocupando a mesma área dos painéis solares já existentes.
O mesmo avanço inovativo está ocorrendo com a energia hidrelétrica, onde turbinas ecológicas estão sendo instaladas no fundo de rios como East River, em Nova York, e Tamisa, em Londres, como soluções alternativas mais limpas, com zero impacto ambiental e riscos de desastres comparado às usinas hidrelétricas.
Como toda inovação disruptiva, os custos iniciais são altos e o acesso a financiamentos para pesquisas e desenvolvimento de protótipos e testes é difícil. Porém, somente através dessas iniciativas é que encontraremos o equilíbrio entre demanda de recursos e preservação do planeta.
Mesmo que sendo desenvolvido em caráter de pesquisa, utilizando materiais convencionais, esse painel atingiu a capacidade de gerar 50 watts de energia por metro quadrado – isso é cerca de um quarto do que um painel solar convencional pode gerar.