Por Danilo Mekari, ICLEI América do Sul

À luz das adversidades geradas pela pandemia da Covid-19, é possível dizer que a mobilidade urbana vê seus desafios – que já não eram poucos – multiplicados.

Condição essencial para a melhoria da qualidade de vida nas cidades, a mobilidade urbana permite o deslocamento de pessoas em seus territórios, possibilitando que elas desenvolvam tanto relações econômicas quanto sociais.

No Brasil, a cidade de Fortaleza tem se destacado com projetos relevantes no que se refere à mobilidade urbana sustentável. Um dos 80 municípios associados ao ICLEI na América do Sul, a capital cearense teve a sua rede cicloviária expandida de 68 km para 263 km em seis anos. Hoje, cerca de 40% da população local mora a uma distância máxima de 300 metros da rede cicloviária, de acordo com pesquisa do Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento (ITDP).

Ainda no quesito cicloviário, atualmente Fortaleza conta com quatro sistemas de bicicletas compartilhadas, estimulando a mobilidade ativa e a sua integração com o transporte público. Aos domingos, a ciclofaixa de lazer possibilita mais uma alternativa de deslocamento.

Para ajudar quem anda a pé foram incorporados ao dia a dia da cidade novos elementos, como travessias elevadas e em “x”, ilhas de refúgio, prolongamento de calçadas e semáforos para pedestres. Readequações de velocidade em vias com alto índice de acidentes também foram realizadas, assim como o programa Esquina Segura, que melhorou a visibilidade em mais de 200 cruzamentos.

Como resultado desse esforço, interligado à Política de Segurança Viária da cidade, entre 2010 e 2019 Fortaleza reduziu em 50,3% o número de mortes em acidentes de trânsito, atingindo uma meta estabelecida pela ONU em 2010.

Desde 2018, a capital cearense participa do programa “Safer Cities Streets”, uma rede de cidades comprometidas com a mobilidade sustentável da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Nesse âmbito, está em fase de implementação o projeto Caminhos da Escola, que intervirá no entorno de escolas públicas municipais com requalificações urbanas que priorizem as crianças.

“Fortaleza é a principal referência brasileira no estímulo à mobilidade ativa, ao transporte cicloviário e à adequação da infraestrutura urbana para caminhada”, afirma Rodrigo Perpétuo, secretário executivo do ICLEI América do Sul.

O projeto Fortaleza 2040, planejamento a longo prazo que tem como balizamento os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, tem guiado a construção de uma política de desenvolvimento local de baixa emissão de carbono, que é apoiada pelo ICLEI América do Sul através da iniciativa Urban LEDS II.

Ainda na capital cearense, o ICLEI promoveu em 2019 uma imersão de 20 estudantes de engenharia da Northeastern University (Boston, EUA), que tiveram a oportunidade de se aprofundar nos desafios locais na agenda de energia.

Com os avanços conquistados na pauta da mobilidade urbana sustentável, Fortaleza venceu em 2018 o Prêmio Mobilize, realizado pelo ITDP com o apoio do ICLEI, e, por conta disso, teve a oportunidade de sediar a maior cúpula global de mobilidade sustentável no ano seguinte. “O apoio do ICLEI e de outras instituições de relevância internacional, com valores altamente relacionados à disseminação do tema da sustentabilidade, bem como do enfrentamento às mudanças climáticas, é essencial para a continuidade do nosso trabalho”, afirma a secretária de Urbanismo e Meio Ambiente de Fortaleza, Maria Águida Muniz.

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