Saiba o que é e como surgiu o Fórum de Internacionalização de Empresas
Revista FBGA: Quando e o que motivou o surgimento do Fórum de Internacionalização de Empresas?
Após os anos de 2017 e 2018, quando fui Diretor de Relações Internacionais da AJEPC – Associação de Jovens Empresários Portugal China, e Vice Presidente da Federação SINO PLPE, nas quais liderei duas missões de empresários, representantes de entidades de negócios e do governo de São Paulo, pude ver como o mindset dos europeus, asiáticos e africanos está muito mais avançado que o nosso nessa questão de relações internacionais e interculturais, sendo natural para grande parte deles falar outras línguas, visitar muitos países, fazer negócios com muitos deles, vimos que existe a necessidade no Brasil da criação de um trabalho para promover isso no Brasil, mas não apenas do ponto de vista de conhecimento, mas também de relacionamento, de troca de informações para oportunidades de negócios, promovendo assim um ambiente favorável a construção de um ECOSSISTEMA SUSTENTÁVEL DE INTERNACIONALIZAÇÃO DE EMPRESAS!
E é isso que estamos construindo, um ambiente para que pessoas do mundo todo possam interagir e cooperar. Nossos eventos ocorrem mensalmente em Campinas, tendo iniciado em setembro de 2018 e em julho de 2019 realizamos nosso 9° encontro em Campinas.
COMO É UM EVENTO DO FÓRUM DE INTERNACIONALIZAÇÃO DE EMPRESAS
RFBGA: Qual é o público alvo?
L.T.: Nós trabalhamos com o conceito de ECOSSISTEMA DE INTERNACIONALIZAÇÃO, desta forma reunimos muito mais que as empresas que querem se internacionalizar, sendo também um ambiente para reunir as que querem prestar serviços nesse ambiente. Quero explicar um pouco para vocês o que é nosso ciclo de eventos e ações do Fórum de Internacionalização de Empresas.
Estamos desenvolvendo um ecossistema de Internacionalização de Empresas e Negócios, com conexões no Brasil e fora dele. Trabalhamos e acreditamos que quatro setores são os pilares para essa construção:
1 – SETOR PRODUTIVO: Empresas que fazem a economia girar.
2 – PODER PÚBLICO: Governo, agências municipais, estaduais e federais.
3 – ÁREA ACADÊMICA: Setor onde se produz conhecimento e se constrói a base de uma sociedade.
4 – TERCEIRO SETOR: Organizações que são importantes para realizar a aglutinação de empresários e setores da sociedade.
Temos a visão que para o ambiente de Internacionalização crescer e cada dia mais isso fazer sentido para os brasileiros e ser algo cotidiano, é preciso criar espaços físicos, eventos, acordos de cooperação, missões de negócios, missões de aprendizagem, e outras ações, onde estes quatro Pilares de sustentação podem coexistir e cooperar em um modelo de comunidade, se criando um ecossistema de Internacionalização sustentável.
RFBGA: O evento não é apenas para as empresas que querem sair do Brasil e se internacionalizar?
L.T.: Justamente isso, o que estamos construindo é muito maior que apenas dar informações para as empresas se internacionalizarem, estamos criando uma comunidade, pois vivemos todos em um mesmo ambiente e nos relacionamos constantemente com todos esses stakeholders, e desta forma temos que fortalecer e trazer para próximo da realidade destas organizações, a realidade do mundo na área de internacionalização, assim como conexões, boas práticas.
RFBGA: E já existem cases de sucesso de negócios desenvolvidos?
L.T.: Temos já diversos cases de sucesso sendo desenvolvidos, seja entre empresas patrocinadoras que fizeram registro de marca de uma empresa de outro patrocinador da área de comércio internacional, no Congo; Uma grande cervejaria nacional que fechamos acordo para realizar desembaraço aduaneiro e procura de novos mercados para venda de seus produtos, entre outros e esse número aumenta a cada dia que a comunidade fica mais forte, próxima e se aumenta o nível de confiança entre os membros.
RFBGA: Quais são as principais dúvidas das pessoas e empresários que participam das edições do Fórum de Internacionalização de Empresas?
“O que preciso fazer para registrar minha marca no exterior, o que os investidores e empresas multinacionais estão analisando para aquisição no Brasil, estes são alguns dos principais questionamentos dos empresários e executivos.”
L.T.: Existem diversas dúvidas, como: qual melhor mercado alvo; qual forma de abrir a empresa; qual melhor local para instalar a empresa; como fazer ou receber remessa de dinheiro do exterior; como realizar investimentos no exterior, qual processo deve ser feito para embarcar um produto, incentivos e benefícios fiscais, acesso a capital, o que preciso fazer para registrar minha marca no exterior, o que os investidores e empresas multinacionais estão analisando para aquisição no Brasil, estes são alguns dos principais questionamentos dos empresários e executivos.
Os líderes de entidades empresariais, governo e da academia querem saber mais sobre como promover acordos de cooperação técnica e acadêmica, cidades irmãs, como atrair empresas multinacionais para seu município ou país, entre outros.
RFBGA: Quais são os principais erros cometidos pelo empresário que procura internacionalizar seu negócio?
L.T.: Sabemos que grande parte do empresariado brasileiro tem como característica o pouco preparo técnico, falta de planejamento ou quando o faz é de curto prazo, falta de contratação dos serviços especializados necessários, tal como registro de marcas e patentes, entre outros.
Os empresários que são bem sucedidos são aqueles que seguem justamente os que buscam informações, assessoria técnica especializada, alianças estratégicas, Networking, relacionamento governamental, acesso a câmaras de comércio e entidades setoriais, embaixadas e consulados, desta forma eles cercam todas as área necessárias para que possam ter sucesso, modelando e implementando o conhecimento na forma de uma operação eficaz e segura.
Para auxiliar nesse processo que estamos constantemente mapeando todas as áreas de conhecimento e entidades de apoio ao desenvolvimento econômico, para trazer eles como patrocinadores, apoiadores institucionais, parceiros estratégicos ou como media partners, para que estes depois possam dar o apoio necessário aos membros da comunidade, além de interagir entre eles para acordos e desenvolvimento de negócios.
RFBGA: O Brasil hoje é um bom país para o empresário que deseja internacionalizar seu negócio?
L.T.: O Brasil é hoje a “bola da vez” no mercado global e é muito melhor visto e estudado muitas vezes, que pelos brasileiros, infelizmente sofremos daquele ditado que “a grama do vizinho é sempre mais verde”, mas a realidade é que as grandes consultorias como Price, Deloitte, KPMG, tem estudos dizendo por que o Brasil é tão estratégico para se investir.
O Brasil não tem cultura de internacionalização, nem tão pouco apoio do governo para tal, desta forma podemos dizer que não temos um ambiente favorável, além de não possuirmos acordos comerciais internacionais com países desenvolvidos. Entretanto possuímos empresários com grande resiliência, quando vencem todas estas barreiras no mercado interno, vão preparados para o exterior.
Gozam de uma vantagem, pois encontram um ambiente nos países desenvolvidos, muito mais propício e quando se agarram nisso, acabam tendo uma chance de sucesso enorme.
Do ponto de vista das empresas e investidores que vêm de fora se instalar no Brasil, nós vemos o mesmo ambiente interno de um governo que mais atrapalha que apoia o desenvolvimento econômico, o Brasil sem dúvida nenhuma é um país com diversas vantagens competitivas: uma das maiores áreas de para agricultura, 220 milhões de habitantes, somos um país jovem, uma área muito extensa e com fronteira com quase todos países da América do Sul, um dos maiores litorais do mundo, não temos guerras, conflitos étnicos, religiosos, somos um país receptivo aos estrangeiros, um dos 10 maiores PIBs do mundo, dentre outros fatores, que fazem do nosso amado Brasil, um dos países mais atraentes para investimentos no mundo, principalmente agora que estamos novamente com um governo liberal e de direita, e que está se esforçando para recolocar o Brasil nos trilhos.
Nossa visão e percepção é de que o melhor está por vir e nós estaremos lá.
Leonardo Tiroli
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