Por Rodolfo Ramos, Anubz Innovative Solutions, rodolfo@anu.bz

As mudanças que a pandemia causada pelo COVID-19 têm forçado o mundo todo vão além da nossa forma de trabalhar, das perspectivas econômicas, da esfera social e psicológica do ser humano, logística, mas também no aspecto ambiental. Mas, especificamente nesse último âmbito, podemos comemorar.

Considerando todo o impacto que a economia global está sofrendo, atribuímos grande parte disso pela redução da produção industrial e consumo de petróleo no mundo todo. E isso gera um impacto direto na quantidade de CO2e emitido na atmosfera, como explicou Gufran Beig, cientista do System of Air Quality and Weather Forecasting and Research, “a redução nas emissões [de CO2 através da queima] de combustíveis fósseis, deve-se ao setor de transportes e à desaceleração em outras atividades”.

Existe também um outro setor que é diretamente responsável pelas emissões de CO2 no planeta que sofreu um impacto enorme. Com mais de 2% das emissões globais dos gases do efeito estufa, o setor da aviação civil está entre os 10 maiores poluidores. Com isso, e, segundo dados compilados pela agência Lusa (é a maior agência de notícias de língua portuguesa no mundo) com base em relatórios internacionais, o mundo está emitindo menos um milhão de toneladas de dióxido de carbono (CO2) por dia com a quebra no consumo de petróleo devido à pandemia de COVID-19.

É a primeira vez que isso acontece depois da crise de 2008/2009. E vamos além: somando a redução na procura por petróleo e a diminuição do consumo de carvão (majoritariamente na Europa, Ásia e EUA), com base em números divulgados pelo Carbon Brief (site inglês especializado no assunto), as estimativas indicam que as emissões mundiais de CO2 podem reduzir-se este ano em cerca de 7%, valor próximo do que o planeta devia atingir em 2020 com os esforços dos países para cumprir o Acordo Climático de Paris.

Esse resultado tem trazido um olhar mais crítico não somente ao fato de como a redução de emissões tem impactado a qualidade do ar dos grandes centros urbanos do planeta – como na Índia, por exemplo, que já registra uma redução de 71% da quantidade de partículas altamente prejudiciais a saúde humana – mas também no restabelecimento da fauna, da flora e da qualidade da água em lugares que implantaram a quarentena, como na Itália. Está mais do que comprovado cientificamente que o aquecimento global é causado pela ação humana, e agora temos evidências irrefutáveis do resultado da diminuição dessas ações. Temos uma oportunidade única de repensarmos como podemos mudar nossos hábitos pessoais e profissionais para continuarmos contribuindo com a redução de emissões mesmo após o término dessa pandemia.


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