Por Daniel Gonçalves, eng. Ambiental da RDG Soluções Ambientais
Em 2020 começamos o ano com o impacto da notícia do Coronavírus (COVID-19). Com o mundo globalizado, temos informações e notícias chegando na tela do nosso celular e computador a todo momento. Com isso se quer dizer que as pessoas hoje circulam cada vez mais, ou por turismo ou por negócios, motivos suficientes para espalhar o vírus pelos cinco continentes. Apesar do vírus ter começado na China, a doença em alguns meses tomou conta de todo território mundial.
O avanço da globalização e a superpopulação mundial, faz com que cada vez mais e mais rápido, novos vírus surjam. O avanço das fronteiras entre o homem e o meio ambiente é que proporciona o contato humano com certos vírus e assim são transmitidos para as pessoas.
Você sabia que cerca de 60% das doenças infecciosas humanas e 75% das doenças infecciosas emergentes são zoonóticas, ou seja, transmitidas através de animais?
Alguns exemplos que surgiram recentemente são ebola, gripe aviária, a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS), o Vírus Nipah, a Febre do Vale Rift, a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), a Febre do Nilo Ocidental, o vírus zika e, agora, o coronavírus – todos ligados à atividade humana.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu um alerta mundial sobre a propagação do coronavírus e instituiu um comitê de emergência com renomados cientistas mundiais, desde o dia 22 de janeiro.
Este surto caracteriza um desequilíbrio ecossistêmico, que demonstra que a saúde ambiental está sendo colapsada pelo ser humano ao longo dos anos. É aí que se concentra a preocupação das autoridades sanitárias, tanto que este tipo de aviso de “emergência” só havia sido emitido em anos anteriores, quando ocorreram epidemias de febre ebola, gripe suína H1N1 e Zika vírus.
Entre 2002 e 2003, houve o registro da Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars), ocasionada também por um tipo de coronavírus, que havia atingido principalmente a China, resultando em cerca de 800 mortes.
Diante dos riscos de contágios, a OMS acentua a necessidade da realização de lavagem frequente das mãos, principalmente após o contato com pessoas doentes ou com o meio ambiente, como também evitar o contato próximo a animais selvagens e animais doentes em criações e fazendas.
Este é mais um desafio de saúde pública mundial, que revela nas últimas décadas, o aumento de surtos, epidemias e pandemias mundiais, que sinalizam um descompasso na saúde ambiental no planeta.
Para combater a proliferação da doença a Organização Mundial de Saúde sugere medidas como higienização das mãos com sabão e álcool gel, o uso de lenço de papel para limpar secreções, além de evitar o contato com as pessoas. Com isso, haverá um aumento significativo de descarte de papel toalha e embalagens, além do consumo exacerbado de água.
Esses resíduos devem ser acondicionados adequadamente e enviado a uma destinação limpa e segura.
O tempo de permanência do coronavírus em resíduos, conforme divulgação da ABES – Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental, é:
Resíduos plásticos | 5 dias |
Resíduos de papel | 4 a 5 dias |
Resíduos de vidro | 4 dias |
Alumínio | 2 a 8 horas |
Aço | 48 horas |
Madeira | 4 dias |
Luvas cirúrgicas | 8 horas |
Por outro lado, com as restrições e isolamentos sociais, tivemos melhorias significativas em diversos sistemas ambientais. Temos exemplos de redução de consumo de combustíveis fosseis, demanda por eletricidade em indústrias e é provável que isso tenha reduzido toda a emissão de CO₂ gerada mundialmente. Em fevereiro, a China emitiu 150 milhões de toneladas métricas (mtm) de CO₂ a menos que no mesmo período do ano passado. Para se ter uma ideia, 150 toneladas métricas equivalem a mais ou menos a todo o dióxido de carbono que a cidade de Nova York emite em um ano. E uma redução de 25% nas emissões da China é equivalente a uma redução global de 6%.
Com a paralisação global, enquanto o alerta da pandemia estiver ligado, diversos setores foram e serão afetados e não só o setor ambiental. Escolas, eventos esportivos ou de negócios (incluindo as olimpíadas), quedas na bolsa, preço do petróleo, projeções das empresas em lucros menores, setor agro brasileiro são alguns exemplos de mercados atingidos pelo vírus.
No Brasil, temos setores principais de exportação como agro, petróleo e minério que correspondem a 75% do mercado. As exportações do agronegócio brasileiro, no entanto, recuaram apenas 0,4% no primeiro trimestre, na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo dados da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
No período, “houve grande demanda por produtos como soja, carne bovina, carne de frango e algodão em bruto”, disse a CNA, com a China puxando os embarques, com compras que somaram 34% do total.
Com a chegada do vírus, no entanto, a balança comercial brasileira registrou superávit (exportações menos importações) de US$ 6,135 bilhões no 1º trimestre, o pior resultado para o período em cinco anos.
A cifra representa uma queda de 32% frente ao saldo positivo de US$ 9,025 bilhões registrado no mesmo período do ano passado.
Em março, houve queda nas vendas de produtos básicos (-0,6%) e de manufaturados (-14,9%), enquanto avançaram as vendas externas de semimanufaturados (+6,1%).
Setores ligados a engenharia e meio ambiente também sofreram, empresas, indústrias, escritórios, autônomos, todos foram afetados e condicionados a home office, férias, acordos para afastamentos temporários para tentar contribuir o menos possível com o colapso gerado pelo Coronavírus.
O apelo para a compra de produtos e serviços do autônomo ou das pequena e média empresas são essenciais para a saúde desse negócio e setor da economia, são esses pequeno e médios que representam, no Brasil, 99,1% do total registrado, segundo o Sebrae. São mais de 12 milhões de negócios, dos quais 8,3 milhões são microempreendedores individuais (MEI). Os pequenos negócios também respondem por 52,2% dos empregos gerados pelas empresas no país.
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